Sobre Muriaé

Cidade de Muriaé

Muriaé é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população em 2012 era estimada em 102.074 habitantes.

História

Inicialmente habitada pelos índios Puris, a região do município de Muriaé teve sua colonização iniciada pelo comércio de brancos com os indígenas. Nas inúmeras versões sobre o surgimento desta nomeação, há sempre uma ligação com os mosquitos que infestavam a região onde surgiria o município. De acordo com os registros históricos, a cidade, no início de seu povoamento, era uma região palustre, que apresentava, até finais do século XIX, altíssima incidência de febre amarela, supondo-se então que as opções etimológicas ligadas ao mosquito sejam as mais plausíveis. Em uma das mais antigas menções ao “Vale do Muriaé”, datada de 1785, Couto Reis descreveu a região, realçando-lhe as condições “horrorosas e pestíferas de suas entranhas”, cuja colonização só foi possível graças à coragem dos primeiros desbravadores que, “fazendo fogos, descortinando matas e purificando ares, tornaram os sertões menos rigorosos”.
Em 1817, Constantino José Pinto, com outros 40 homens, comercializando ervas e produtos medicinais, desceu pelo Rio Pomba e atingiu o Rio Muriaé, onde aportou construindo seu abarracamento junto a uma cachoeira, local onde hoje é conhecido como Largo do Rosário. Ali foi fundado o aldeamento dos índios, com demarcação das terras destinadas ao plantio para o sustento dos silvícolas. Nascia “São Paulo do Manoel Burgo”. Em 1819, o francês Guido Tomás Marlière chega e ergue a Capela do Rosário. Começaram a aportar extratores de madeiras-de-lei e, principalmente, de plantas medicinais, em busca de raízes de ipecacoanha, chamada vulgarmente de poaia. Era o início da atividade econômica do futuro município.

O povoado cresceu rapidamente, a princípio, com uma só rua ao longo do rio - dando origem ao “Porto”, à “Barra” e à “Armação”, em razão do rio que margeavam - e, depois, disseminando o seu casario em todas as direções. Em 7 de abril de 1841 foi criado o distrito com o nome de São Paulo do Muriahé, pertencendo a São João Batista do Presídio (atual município de Visconde do Rio Branco) e subordinado eclesiasticamente a Santa Rita do Glória (atual município de Miradouro).

Em 16 de maio de 1855, pela “Lei nº. 724”, com o nome de São Paulo do Muriahé o distrito foi elevado à categoria de vila, desmembrando-se de São João Batista do Presídio. A vila de São Paulo do Muriahé seria elevada à condição de cidade apenas em de 25 de novembro de 1865, pela “Lei nº. 1257”. A denominação Muriaé só viria com a “Lei nº. 843”, de 7 de setembro de 1923.

Nas últimas décadas do século XIX, Muriaé já era grande produtor de café, condição que manteve até meados do século XX. A monocultura cafeeira foi a primeira grande responsável pelo desenvolvimento econômico do município. O progresso da nova localidade foi constante, principalmente a partir de 1886, data da inauguração da Estação da Estrada de Ferro Leopoldina que ligaria, diariamente, Muriaé à Capital da República (Rio de Janeiro). Os coronéis, proprietários das grandes fazendas produtoras, representavam não só a elite econômica da região, como também sua expressão política, com forte influência em Minas Gerais e no país.

A instalação dos trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina Railway introduz grandes mudanças na paisagem social da cidade. Junto ao trem chegam as notícias trazidas pelo telégrafo e correio, atualizando os cidadãos interessados. Surge a seguir a imprensa local com "O Muriaé", semanário de 1890, "O Eixo Municipal", de 1891, "O Condor", de 1898 e "O Radical", em 1903, dando início a uma série de outros que se sucederam, criando uma longa tradição jornalística em Muriaé.

A proclamação da República chega até Muriaé, que aprimora suas construções. Ergue-se a Matriz de São Paulo e uma praça com jardim, assim como o belo prédio do Executivo. A cidade é por esse tempo o segundo produtor de café em Minas Gerais. Surgem as máquinas de beneficiamento, a catação do café, o estocamento, o carregamento para os vagões que saem abarrotados, deixando riqueza. Em 1910 foi criado o serviço de força e luz, no ano seguinte o de água e esgoto, e, 1913 o serviço de telefone urbano. O calçamento, o telefone, os bancos fazem parte de uma nova ordem social e política.

A euforia permanece até o crash de 1929, quando se instaura grave crise econômica que afetou profundamente o município, mas a economia voltaria a crescer durante a fase getulista, principalmente após a abertura da estrada Rio-Bahia, inaugurada por Getúlio Vargas em visita à cidade em 1939. O grande fluxo de veículos trazido pela nova rodovia inseriu Muriaé entre as cidades de maior progresso da região. A monocultura cafeeira passou a ceder espaço para outras atividades econômicas. Na década de 1960, a mecânica automotiva começou a atingir grande expressão, graças ao asfaltamento da rodovia Rio-Bahia, e o município passou a ser referência no ramo da retífica de motores.

Etimologia

O nome da cidade é provavelmente de origem indígena. Embora não exista consenso sobre o significado da palavra “Muriaé”, a maioria das hipóteses aponta para a relação com a existência de mosquitos. Por esta ótica, a evolução etimológica pode ter acontecido a partir de “Meru-aé” (mosquito diferente e mau) ou “Meruim-hu” (rio dos mosquitos). A informação do Almanaque das Casas Americanas, de 1914, de que 15% das crianças nascidas no município no ano de 1876 morreram em razão da febre amarela - doença provocada pela picada de mosquitos - faz essas versões ganharem força.

Economia

A região de Muriaé é composta por municípios de infra estrutura e forte crescimento comercial e industrial.

O PIB da cidade é estimado em R$885.6 milhões (2008) e a Renda per capita em R$8.945.

A maior parte do PIB da cidade de Muriaé é relativa ao setor terciário, o qual dota a cidade de uma boa infra-estrutura de serviços. O centro comercial de Muriaé é bem desenvolvido, conta com grandes lojas de redes de eletrodomésticos, mercados e tudo que um bom centro regional precisa ter, um grande shopping a céu aberto.

A indústria também tem papel de destaque, principalmente a indústria da moda- confecção de artigos do vestuário e acessórios. O pólo de moda de Muriaé (composto pelas cidades de Muriaé, Eugenópolis, Laranjal, Patrocínio do Muriaé e Recreio) é composto por 550 empresas formais, que empregam diretamente cerca de 10,5 mil profissionais produzingo 2,5 milhões de peças/mês e movimentando anualmente aproximadamente R$230 milhões. Nos últimos anos, o pólo vem se consolidando como importante referência do setor confeccionista brasileiro, investindo em máquinas e equipamentos modernos, no desenvolvimento de produtos, em pesquisa, utilização de tecidos inovadores e, principalmente, em design.

Outras indústrias, como as de produção de alimentos e bebidas e montagem de veículos, completam o parque industrial muriaeense. Na agropecuária, de pequena participação no PIB, destacam-se a criação de bovinos (principalmente gado de leite), galináceos, suínos e a produção de cana-de-açúcar, arroz e banana.

Formação Administrativa

O município de Muriaé, na data de sua implantação, em 30 de setembro de 1861, possuía quatro distritos: São Paulo do Muriaé (sede); Nossa Senhora da Glória (atual Itamuri, criado em 1843); Patrocínio do Muriaé, criado em 1840; Conceição dos Tombos de Carangola, criado em 1852. Os distritos de São Francisco do Glória, criado em 1858, e Santa Luzia do Carangola, criado em 1860, passaram a pertencer a Muriaé, mas, não pertenceram a São João Batista do Presídio porque foram incorporados, depois de sua criação, em 16 de maio de 1855.

Muriaé teve outros distritos ao longo de sua história, alguns desmembrados de seu território e outros anexados, por Leis. Assim, em 1864 Muriaé possuía também o distrito de Dores da Vitória. Em 1865, Santo Antônio do Muriaé (atual município de Miraí) foi desmembrado do município de Leopoldina e anexado a Muriaé. Nesse mesmo ano, foi criado o distrito de São Francisco de Paula de Boa Família. Nos anos posteriores, foram criados os distritos de Santa Rita do Glória (1868), São Sebastião da Mata (atual município de Eugenópolis) e São Sebastião da Cachoeira Alegre (1870).

Em 1871, Muriaé perde Santo Antonio do Muriaé para o município de Ubá e adquire do município de Leopoldina o distrito de São Francisco da Capivara (atual município de Palma) e, em 1875, o distrito de São Francisco da Capivara passa a pertencer a Cataguases. Em 1876 foi restabelecido o distrito de Santa Rita do Glória e criado o distrito de Rosário de Limeira. Muriaé fica, então, com treze distritos, o maior número já registrado.

Em 1878, o número de distritos caiu para dez. Foram desmembrados Santa Luzia do Carangola, São Francisco do Glória e Conceição dos Tombos de Carangola. Em 1877 foi criado o distrito de Bom Jesus da Cachoeira Alegre. Em 1891 o distrito de São Sebastião da Mata foi emancipado e, em 1923, Muriaé perdeu o distrito de Dores de Vitória para Miraí e ganhou o distrito de Pirapanema (antigo Camargo), desmembrado de Rosário de Limeira. Em 18 de dezembro de 1938, os distritos de Santa Rita do Glória e de Santo Antonio do Glória passaram a formar o novo município do Glória, mais tarde Miradouro. Em 22 de dezembro de 1953, Muriaé perdeu o seu mais antigo distrito, que se transformou no município de Patrocínio do Muriaé. Em 1995, ocorreu a emancipação do distrito de Rosário da Limeira.

As leis provinciais que criavam os municípios estabeleciam em seu texto que essas unidades administrativas só se considerariam instaladas após a construção do prédio que abrigasse não somente o governo municipal, mas, também, outras repartições que viessem a funcionar no município representando interesses da Província e do Império. Em face da falta de recursos e de mão-de-obra locais, a construção desse prédio só se deu a partir de 1859 e se concluiu em fins de 1860. O atraso da instalação do município de Muriaé decorreu da falta de meios para a construção de um edifício que lhe servisse de sede do governo. A execução só se tornou possível depois que o Alferes Manoel Fortunato Pinto, próspero comerciante, à frente de um abnegado grupo de companheiros e agricultores, se dispôs a mandar vir de cidades longínquas os mestres-de-obras e operários, a cuja responsabilidade foi entregue a construção do prédio da municipalidade. Ao término da obra, muitos trabalhadores que nela tomaram parte, sem nenhuma qualificação, tornaram-se carpinteiros e alvanéis, incluindo entre eles escravos e índios. O município lucrou porque tais operários iniciaram, depois, a reforma das antigas e precárias habitações feitas de barro e madeira.

Para homenagear a comunidade de moradores desta maravilhosa cidade, o Encontra Minas Gerais criou o Encontra Muriaé.

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Limites - Cidades Vizinhas

Ervália, Santana de Cataguases, Laranjal, Palma, Miraí, São Sebastião da Vargem Alegre, Rosário da Limeira, Miradouro, Vieiras, Eugenópolis, Patrocínio do Muriaé, Barão de Monte Alto.

Dados Principais sobre Muriaé

Aniversário: 16 de maio
Fundação : 1855
Gentílico: Muriaéense
Area: 843,327 Km²
População 102,074 hab. (2012)
IDH 0,773 - médio
Prefeitura Muriaé

Brasão de Muriaé
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Bandeira de Muriaé
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